Especialista explica motivos do aparecimento desses problemas e como deve ser feito o tratamento

A chegada do inverno traz um alerta para o surgimento de algumas doenças, entre elas, aquelas relacionadas ao sistema circulatório. “É comum aumentar as queixas relacionadas à saúde vascular em consultórios médicos. Isso acontece porque o frio pode produzir diversos efeitos no corpo. Principalmente no momento atual, com a pandemia da Covid-19 e a necessidade de evitar sair de casa, os cuidados com a saúde no inverno devem redobrar”, explica o angiologista Guilherme Jonas.

Durante as épocas mais frias do ano ocorre a vasoconstrição, a contração dos vasos sanguíneos. “Esse é um mecanismo de defesa que tem como objetivo manter o corpo aquecido para lidar com o frio. Em contrapartida, com o espaço menor entre os vasos sanguíneos, fica mais difícil para o sangue circular e chegar corretamente às áreas extremas do corpo, como as pernas e pés”, revela.

Além do inverno, outros fatores podem contribuir para o surgimento das doenças circulatórias. “A alimentação e o  peso em excesso são  dois fatores importantes. O peso em excesso, por exemplo, contribui para a dilatação dos vasos sanguíneos. Sem contar que estas pessoas ainda contam com mais gordura entre os órgãos, proporcionando uma pressão interna sobre as veias que servem de canal para o retorno do sangue ao coração. Se o sangue não consegue percorrer o caminho como deveria, parte dele acaba ficando retido na veia da perna, o que causa a dilatação e a formação das varizes”, acrescenta o médico.

Prevenção e tratamento 

O médico dá dicas de alguns cuidados para evitar esse problema. Confira:

  • Manter um peso equilibrado;

  • Ter uma alimentação balanceada e saudável (rica em fibras e em nutrientes variados);

  • Realizar consultas rotineiras com especialistas;

  • Praticar atividades físicas;

  • Ter boas noites de sono, para evitar um desequilíbrio do metabolismo.

Já para quem desenvolveu algum problema, a boa notícia é que há tratamento indolor e menos invasivo, o laser. “A  técnica persiste em introduzir uma microfibra óptica da espessura de um fio de nylon na veia. Depois, dispara o laser, por meio dela, dentro do vaso lesionado. Nesse tipo de tratamento, utilizamos também um ultrassom doppler, onde podemos visualizar o que acontece durante o procedimento e controlar o raio que é disparado intravenosamente”, acrescenta.

Esse método, além de ser menos invasivo, proporciona uma recuperação mais rápida. “A pessoa tem alta no mesmo dia, pode retornar às atividades cotidianas dentro de 24 horas e praticar exercícios mais pesados na mesma semana”, completa Guilherme.

Fonte: Guilherme Jonas, médico angiologista e cirurgião vascular, especialista em cirurgia vascular pela SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular). CRMMG 44020, RQE 28561, 37143. Diretor técnico da clínica Angiomais em Belo Horizonte MG.


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